"A Bela Adormecida"- St. Petersburg Ballet

 

A Bela Adormecida (1890,SÃO PETERSBURGO, RÚSSIA)
Música: Tchaikovsky
Coreografia: Marius Petipa
História: Marius Petipa e Ivan Vsevolojsky
 

Ballet em 1 prólogo e 3 atos (o prólogo e o primeiro ato transcorrem no séc. XVI. Os dois últimos atos no século XVII.)

 

Prólogo - O Batizado

No palácio do Rei Florestano XXIV estão sendo feitos os preparativos para o batismo de sua filhinha, a Princesa Aurora. Vão aos poucos entrando as visitas que começavam a chegar, umas voando, outras em carruagens, sempre acompanhadas por dois pajens que traziam os presentes para a princesinha e conduzidos por Cantalbutte (mestre de cerimônias). Num berço, dormia a princesinha. Uma fanfarra de trompas anuncia a entrada dos soberanos, que beijam a filha, e tomam assento nos tronos. As fadas seriam as madrinhas da princesinha, então elas entram com presentes para Aurora. A última a chegar é a Fada Lilás, que será a protetora da Princesa. As fadas prometem que Aurora terá beleza, graça e talento. Cada uma das fadas dança um solo característico, culminando com a valsa da Fada Lilás. Quando as fadas se reúnem dançando em torno do berço de ouro, há uma agitação e surge uma nuvem negra, pelas portas e janelas da sala de trono assustando a todos. Ouviu-se um enorme barulho de trovão e um pajem anuncia que está chegando Carabosse (fada má), que entra numa carruagem negra puxada por quatro ratos. A feiticeira está zangadíssima porque não foi convidada para ser madrinha de Aurora, como as outras fadas, e ameaça Cantalbutte. O rei certifica-se de que não a havia convidado e tenta explicar-lhe, como se tivesse sido um engano de seu auxiliar, encarregado dos convites. Carabosse, porém não está disposta a perdoá-lo e dirige-se a ele ameaçando-o por essa falha.

A Carabosse tenta se aproximar do berço, mas as outras fadas a impedem. Carabosse vira-se, então, para os soberanos, e diz que mesmo não tendo sido convidada, ela estava ali e também queria dar seu presente à Aurora. Um fuso, um objeto pontudo como se fosse um grande alfinete.

Seu desejo era que a princesa crescesse talentosa, graciosa e bonita, mas um dia teria seu dedo espetado por um alfinete e então morreria. Carabosse tenta de novo se aproximar do berço, mas a Fada Lilás não deixa. Depois de jogar seu feitiço e furiosa, a fada vai embora, deixando com todos uma grande tristeza.

Até que a fada Lilás consola a todos, dizendo que tinha o poder de dar mais um presente à afilhada. A promessa de que a maldade não seria satisfeita por completo, ela não morreria quando se espetasse, mas dormiria um sono profundo até que um príncipe venha a desperta-la com um beijo de verdadeiro amor.

 

1o Ato - O Encantamento

O tempo passou. Dezesseis anos em que os reis cercaram a filha de proteção e cuidado. O rei proibira, desde a profecia de Carabosse, fusos e agulhas em seu reino.

Estavam preparando a festa de aniversário de dezesseis anos da princesa Aurora e durante todo esse tempo ninguém mais falou sobre o presente e o desejo de Carabosse. A princesa Aurora nada sabia dessa história, pois seus pais não queriam amedrontá-la. Nessa festa ela ia conhecer quatro príncipes que vinham pedi-la em casamento e escolher aquele com quem iria se casar. Ocorre uma dança em honra aos quatro príncipes, que vieram da Inglaterra, da Itália, da Espanha, e da Índia. Todos quatro estavam encantados com a beleza da Princesa. Estava maravilhada com a festa, com a música, com os convidados e aproveitava todos os momentos para lembrá-los por toda a vida.

Cantalbutte, ao ver fusos nas mãos de alguns jovens, apressa-se a arrancá-los deles, lembrando a proibição real. Entram o rei e a rainha. O rei, ao ver os fusos, fica furioso, mas é acalmado pela esposa. Depois que os príncipes se apresentam, entra Aurora. Aurora é apresentada aos príncipes, seguindo-se o conhecido Adágio da Rosa, quando a Princesa dança com os quatro pretendentes. Depois, as danças das damas de honra e dos pajens. Uma velha encapuzada entra despercebida e oferece a Aurora um fuso de ouro, escondido debaixo de sua capa. O rei e seus amigos se amedrontam com o presente da velha e Aurora não entende por que do medo e do susto, pois tanto a velha quanto o presente pareciam inofensivos. Como nunca tinha visto nada como aquele objeto, a princesa o aceita sem saber o perigo que estava correndo. Agita o fuso sobre sua cabeça e dança entre os convidados segurando e brincando com a novidade que ganhara, deixando seus pais e os convidados paralisados de pavor. Tentam tirar o objeto de suas mãos, mas no meio da brincadeira, ela espeta o dedo na ponta afiada do fuso e pouco a pouco vai caindo como se estivesse desmaiando. Ouve-se um estrondo e a dama desconhecida se revela como Carabosse, rindo triunfante e vendo que seu feitiço estava realizado ela foge em seguida, deixando os reis e os príncipes desolados.

Nesse momento aparece a Fada Lilás para cumprir sua promessa feita no dia do batizado. Manda que levem a Princesa para o palácio e, com sua varinha mágica ela faz parar o tempo e não só a princesa, mas toda a corte adormece por cem anos cercados por uma grande floresta de árvores e flores.

2o Ato - A visão

O tempo passou e todos continuaram dormindo no castelo, cercado por uma grande floresta que a fada lilás fez crescer para escondê-lo.

Em outro reino muito distante, morava o príncipe Florimundo, que vivia com seus amigos divertindo-se em cassadas. Apesar de suas amizades, o príncipe se sentia só e triste por não ter ainda encontrado um amor. Um dia, ao descansar embaixo de uma árvore no bosque, o príncipe sonhou com um grande lago, com um barco em forma de concha e dentro dele a Fada Lilás, que lhe disse saber o que se passava no seu coração e contou-lhe então, através de uma visão, de um sonho a história de Aurora. Ele se apaixona por Aurora e dança com ela. Acaba a visão. O príncipe se queixa à Fada Lilás que promete levá-lo ao castelo, onde a Bela Adormecida espera um beijo de amor. Ele desperta decidido a encontrá-la, beijá-la e fazê-la reviver através do seu amor. Pede à Fada Lilás que o leve ao seu encontro, e ela oferecendo-lhe o seu barco, ensina-lhe o caminho do reino encantado. Na viagem, o príncipe enfrenta uma série de perigos preparados por Carabosse, que já sabia da sua intenção de desencantar a princesa. Com a força do seu amor, porém, consegue chegar até o castelo.

3o Ato - O despertar e o casamento

Ele se assusta ao chegar ao castelo porque realmente todos estão dormindo. O grande salão do rei, envolto em pó e teias de aranhas, num abandono de um século. No centro do salão, um esquife, e, dentro dele, a Princesa Aurora adormecida.

A Fada Lilás, que já estava lá a sua espera, leva-o até o lugar onde está A Bela Adormecida, coberta por um véu. O príncipe se aproxima e, ao ver Aurora, mais bonita ali na realidade do que em seu sonho, beija docemente o seu rosto e aos poucos ela vai acordando. Ao se olharem, os dois descobrem ter encontrado o verdadeiro amor. Logo o salão se enche de luz, desaparecendo os vestígios de abandono. O esquife mergulha no chão, e o palácio ressurge em todo o seu esplendor. Todos despertam do sono de cem anos como se estivesse dormido apenas uma noite. O feitiço havia terminado.

O príncipe pede Aurora em casamento e o rei aceita e concorda em realizar a cerimônia imediatamente. Outra grande festa é organizada no castelo e como tudo isso fora obra da Fada Lilás, todos os seus amigos dos contos de fadas infantis comparecem ao casamento com suas danças características. O Gato de Botas com uma gata branca, Chapeuzinho Vermelho com o Lobo Mau, Cinderela e o Príncipe, A Bela e a Fera, O Pássaro Azul e a Princesa encantada, o Pequeno Polegar e muitos outros. Depois, o casal dança um longo Pas de Deux. Concluído este, todos se juntam numa brilhante Mazurca final, numa grande alegria. Foi uma festa maravilhosa.