Cristiano Mascaro

         

Nascido em Catanduva (SP), em 1944, Cristiano Alckmin Mascaro é um dos mais importantes fotógrafos a retratar cenas da cidade de São Paulo, seus edifícios e equipamentos urbanos. Formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), é também arquiteto e professor.

Teve como fonte de inspiração a obra de Henri Cartier Bresson, fotógrafo francês que imortalizou os pequenos detalhes da vida cotidiana urbana. Seu gosto por flanar pela cidade e observar essas cenas fez com que abandonasse a arquitetura e apostasse na fotografia.

Apaixonado por fotojornalismo, Mascaro iniciou a carreira em 1968, quando foi convidado pela fotógrafa Claudia Andujar  a participar da primeira equipe da revista Veja, da qual fez parte por quatro anos. Nesse período, ele também morou em Paris, por meio de uma bolsa de estudos. De lá continuou colaborando com a Abril e realizando ensaios pessoais. Em 1971, volta ao Brasil.

Em sua passagem pela Veja, Mascaro captou vários dos mais importantes momentos políticos e culturais da cidade de São Paulo nos anos 1960 e 1970, como os protestos estudantis, entre eles a Batalha da Maria Antônia, confronto entre alunos da Universidade Mackenzie e da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP), e os famosos festivais de música, como o da Música Popular Brasileira, da TV Record, e o Internacional da Canção, realizado pela TV Globo.

         

No começo dos anos 1970, Mascaro teve o primeiro contato com a escola Enfoco, criada por Clode e Anucha Kubrusly. Nessa época, à parte de ser um espaço para formação de novos profissionais, a Enfoco era um centro de discussão de imagem e linguagem fotográfica, por meio tanto das inúmeras exposições e palestras que lá eram realizadas como por seus frequentadores.

Convidado para ministrar uma palestra e organizar uma mostra de imagens na escola, Cristiano produziu, estimulado por Maureen Bisilliat, uma de suas mentoras no início da carreira, um material totalmente diferente do que vinha fazendo em seu trabalho fotojornalístico. Optou por fazer imagens da cidade de São Paulo, numa exposição cujo nome foi Paisagens Urbana. Foi aí que percebeu seu gosto pelo tema, ao qual passa a se dedicar.

Foi professor na Enfoco entre 1972 e 1975. Foi lá que Mascaro aprendeu história da fotografia e que conheceu várias pessoas que iriam marcar sua trajetória, como o amigo e também fotógrafo Pedro Martinelli.

Sua carreira no ensino também passou pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Santos, entre 1976 a 1986, e pelo Laboratório de Recursos Áudio-Visuais da FAU-USP, entre 1974 e 1988. Recebeu o título de mestre em 1986, com a dissertação O Uso da Fotografia na Interpretação do Espaço Urbano e doutor em 1995, dissertando sobre A Fotografia e a Arquitetura. Ambos os títulos foram recebidos na FAU-USP.

Em 1988 documentou o restauro do Teatro Municipal de São Paulo e, depois disso, foi convidado para fotografar o Teatro Amazonas, em Manaus; o José de Alencar, em Fortaleza, e o Palácio das Indústrias, em São Paulo, dando início a uma série de trabalhos ligados ao patrimônio histórico. Nessa mesma época fez uma série de relatórios para o Banco Francês e Brasileiro, mostrando cidades Brasileiras como Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte e São Luís.

É autor dos livros A Cidade (1979); Cristiano Mascaro, As Melhores Fotos (1989); Luzes da Cidade (1996), São Paulo, (2000), e O Patrimônio Construído - As 100 Mais Belas Edificações do Brasil, em 2003. Atualmente participa de mostras de fotografia em todo o mundo e continua realizando seus ensaios para revistas e jornais brasileiros.