Beatriz Milhazes

 

 

"Estou interessada no conflito. E no momento que você adiciona mais cores, um conflito sem fim é iniciado. Portanto é um movimento constante em seus olhos, em você mesmo, em seu corpo...e eu gosto."

Beatriz Milhazes, grande pintora contemporânea brasileira que tem seu próprio estilo de fazer incríveis e belas telas. Psicodelismo e construtivismo fundidos com técnicas e invencionismo próprio tornam suas obras únicas: cores fortes, formas ovais e algumas orgânicas, listras, tudo resultando na sensualidade visual.

A cor é um elemento onipresente na obra de Beatriz Milhazes. Seu repertório estrutural inclui a abstração geométrica, o carnaval e o modernismo.

A artista trabalha freqüentemente com formas circulares, sugerindo deslocamentos ora concêntricos ora expansivos. Flores, arabescos, alvos e quadrados ganham primeiro uma superfície de plástico para a posterior transferência para a tela.

Aglomera as imagens, preenchendo o fundo e retocando a imagem final. Os motivos e as cores são transportados para a tela por meio de colagens sucessivas, realizadas com precisão. A transferência das imagens da superfície lisa para a tela faz com que a gestualidade seja quase anulada. A matéria pictórica obtida por numerosas sobreposições não apresenta, entretanto, nenhuma espessura: os motivos de ornamentação e arabescos são colocados em primeiro plano. O olhar do espectador é levado a percorrer todas as imagens, acompanhando a exuberância gráfica e cromática presente em seus quadros.

 

 

 

 

 

 

 

 

Beatriz milhazes

Pintora, gravadora, ilustradora e professora, Beatriz Milhazes é uma grande artista brasileira, que sobrepõe cores e formas como ninguém. Sua capacidade de misturar e integrar os elementos corre o mundo: em junho passou pela Fundação Cartier em Paris e viajou para Tokio, Japão, depois de correr diversos países das Américas e Europa desde 1985.

 

Beatriz Ferreira Milhazes nasceu no Rio de Janeiro em 1960. Em 1981 formou-se em Comunicação Social pela Faculdade Hélio Alonso. Antes mesmo de concluir o curso de comunicadora social, em 1980, passou a frequentar artes plásticas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde, alguns anos depois, passou a lecionar e coordenar atividades culturais.

Beatriz faz parte do grupo de artistas conhecidos como a Geração 80. Artistas plásticos que despontaram após a exposição no Parque Lage na década de 1980, intitulada Como Vai você, Geração 80, por terem resgatado a técnica tradicional do uso do óleo sobre tela. Para além deste resgate, Beatriz trouxe novos elementos e inventou novas formas de trabalhar a pintura. Desenvolveu técnica que consiste na aplicação de pintura sobre pedaços de plásticos, sobrepondo uma camada sobre a outra, e desta forma passando a imagem gradualmente para tela. Em seus ateliês – espaço de criação e experimentos-, quando julga pertinente, os mesmos pedaços de plásticos são usados durante longo período. O que lhe permite misturar vestígios de uma forma em diversas telas distintas.